Atualmente – seja por cultura, beleza, religão, ou diversão, – o body painting tem ganhado um lugar de destaque na sociedade. Sua condição transitória e seus diversos objetivos põem em dúvida seu caráter artístico. O debate sobre o body painting como arte é a mesma discussão sobre se todas as manifestações culturais podem ser consideradas arte ou não, mas o que acho mais importante, e que gostaria que vocês também entendessem depois de ler esta matéria, é que obody painting é uma porta a novas possibilidades de expressão e uma forma de entender o corpo como um papel em branco, um espaço para discutir ideias e conceitos tão ou mais humanos que o mesmo corpo.
Com uma mistura de cenas em stop motion e live action, estes dois clipes tem um trabalho de body painting de muita qualidade.
Miss the Misery, música da banda Foo Fighters e com direção do Pete Levin, mostra como um casal é literalmente absorvido pelas paredes da casa onde moram, uma boa metáfora para falar de mudanças por fazer e erros cometidos e por melhorar. Inspirado nos trabalhos do artista Liu Bolin’s “urban camouflage body paint”, e da artista Emma Hack, Pete consegue camuflar aos personagens e mostrar como eles são invadidos por ideias ou emoções escuras.
Somebody That I Used To Know, música do Gotye e direção da Natasha Pincus, fala do final de uma relação amorosa. Natasha propõe uma metáfora visual para a história da canção e para isso trabalha com a artista Emma Hanck (sim, a mesma artista referência do Pete!) para mostrar o jogo de perto e longe dos dois personagens, que finalmente ficam afastados.
Com filmagens longas e cansativas para os atores e um grande trabalho para elaborar o body painting, estes dois vídeos geram uma atmosfera densa e levam até o espectador a situação difícil dos personagens, na medida que fala de identidade, memória, divergências e semelhanças dos humanos.
Matéria para FalaCultura, Outubro 2011
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